quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tristeza.




Hoje apeteceu-me chorar.

Queria que as minhas lágrimas rompessem, quase, num pranto convulsivo e deixassem sulcos indeléveis.

Que rasgassem todas as barreiras e corressem livres a caminho de um mar de tranquilidade.

Que arrastassem consigo todas as misérias para que nenhuma criança sentisse mais fome.

Para que os velhos pudessem passar os resto dos seus dias com um sorriso de felicidade.

Para que os hospitais fechassem por falta de doentes.

Para que o nascer fosse como o romper do dia, calmo, tranquilo e sem dor.

Para que as guerras deixassem de ser guerras e os beligerantes dançassem num alegre rodopio, ao som da música da harmonia.

Para que os tiranos passassem de opressores a oprimidos para poderem sentir bem o estigma e o opróbrio da dor e da revolta.

Mas os meus olhos secaram, as minhas lágrimas já não são mais lágrimas.

2 comentários:

Manuel disse...

Tenho sempre o desejo de querer que tudo seja mais justo.

Filipa M. disse...

Caro Manuel, estranho mundo este em que vivemos...