domingo, 19 de julho de 2015

Um caso (Conclusão)












Agora a mãe teria que confirmar.




******


O inspector Petronilho e o agente Martins vão ser os responsáveis pelas averiguações. É uma das melhores duplas da polícia judiciária.

O inspector é, um homem muito pragmático, prático e de grande eficácia. Não gosta do que parece é, para ele, só a certeza o motiva.

O agente Martins é um pouco o oposto, ao mais leve indício, pensa logo, que é uma certeza.

O chefe muitas vezes lhe diz:

-Martins, uma leve aragem não é prenúncio de uma tempestade!

-Bom, disse o chefe, vamos ver o cadáver e falar com o médico legista, sei que não aprecias mas tem que ser. Gosto de ver o aspecto para traçar um perfil do assassino.


-Oh chefe já me estou habituando, ao princípio é que era difícil.


********

Apresentaram-lhe o cadáver de uma mulher, era difícil imaginar a idade pois tinha o rosto muito desfigurado.

Enormes hematomas nos braços, o peito cheio de vergões, parece ter sido flagelada.

Nada agradável de ver!

A família já a tinha identificado, era uma jovem de 20 anos, Tatiana Queiroz, tinha começado a trabalhar, no dia do homicídio, no Clube nocturno "VIP+".

O relatório da autópsia apenas referia que as causas, prováveis, da morte eram as múltiplas fracturas cranianas, feitas com um objecto metálico. A hora da morte entre as quatro e as seis da madrugada.


Foi encontrada, nas ruinas de um velho armazém, pelo Senhor Romeu, quando de manhã ia passear a cadela.

Ele explicou ao guarda:

-A cachorra, que não se costuma afastar de mim, hoje parecia estar maluca. Entrava no armazém, o que é perigoso, pois a todo o momento aquele telhado pode desabar. A câmara bem promete demolir, porque é um perigo mas agora só quando houver eleições é que fazem alguma coisa, é o costume. Mas, como estava dizendo, a fidalga entrava e ladrava como uma desalmada, pensei nalgum gato ou mesmo um rato, pois a bichinha não costuma proceder assim.
Com receio, pois aquilo é perigoso, espreitei e foi então que a vi, nem queria acreditar.
Prendi a cadela e telefonei à polícia.
Agora, garanto, nunca mais venho para estes lados.


Aguardavam-se resultados de análises a diversos órgãos para detectar possíveis drogas ou outros indícios úteis para a investigação, mas teriam que esperar entre 15 dias a um mês.


-Sabes Martins, vamos para o gabinete fazer um plano de acção. Temos que saber quem era a Tatiana, família, hábitos, amigos, namorados e tudo o que nos leve a conhecer como era a pobre coitada.
Vais falar com a família e tenta sacar o máximo.
Hoje, à noite, vamos ao Clube onde ela trabalhava.

******

Foi difícil, o pai da vítima estava totalmente dependente, sentado num sofá olhava ao longe, como se não tivesse uma parede a limitar o horizonte, que parecia contemplar. A mãe, dona Mercedes dizia que não acreditava que alguém quisesse fazer mal à sua menina.

Ela bem avisou, que aquele emprego não devia ser coisa séria, estava arrependida do que lhe tinha dito, mas disse mesmo.

Que Deus a perdoe que não a queria ofender, mas disse mesmo, sim disse que parecia um emprego de puta, a fingir de menina séria. Como estava arrependida mas, a sua menina, decerto, já lhe tinha perdoado porque sabia que a mãe só queria o melhor.
Disse-lhe quem eram as amigas que conheciam, e os dois últimos empregos.

Foi empregada, numa loja de roupa de mulher, num Centro comercial, mas pouco tempo, pois não queria trabalhar ao domingo e outro, como repositora, num supermercado, mas pelas mesmas razões, desistiu ao fim de seis meses.

As amigas, poucas, estavam desoladas. Diziam que Tatiana era uma boa companhia, namoradeira, mudava de namorado como quem muda de camisa, mas era uma boa amiga.

O agente quis conhecer alguns dos namorados, mas eram tantos, que era difícil, resolveu, para começar, falar com o último.

-Então, perguntou o agente Martins, você foi o último namoro da Tatiana?

-Isso não sei! Respondeu Miguel, fui durante algum tempo, mas acabamos e, não sei nada da vida dessa chavala, desde que deu de froches.

-Então não sabes de nada da rapariga? Insistiu o agente.

-Népia! Andamos dois meses, tudo corria bem até que eu quis curtir e ai, ela bazou.

-Mas explica isso bem que não percebi! Essa de curtir e bazar não fazem parte do meu léxico! Diz tudo mas em língua adulta e de gente.

O rapaz pensou que o bófia estava a gozar, mas não tinha outro remédio. Explicou direitinho:

-A Tatiana é uma porreira e gira! Mas tem umas ideias um pouco fora de moda. Segundo me disse já teve muitos namorados e só com um, só mesmo com um, foi íntima e estava arrependida. Pensava que era mesmo para casar e depois descobriu, que o gajo consumia umas merdas e, que a queria arrastar para maus caminhos, dizia que com o corpinho que tinha podiam fazer uma pipa de dinheiro.
Ela, parece, que lhe deu com a mala no focinho e nunca mais quis saber do gajo.

-A partir dai, jurou-me que, namoro só mesmo para companhia e passear, nada de avanços sem ter a certeza de uma coisa, nunca me disse que coisa, mas acho, que queria uma aliança no dedo ou outra gaita marada assim do género.
Como disse até gosto da bacana, mas o namoro não é só conversa e tardes no café a enxotar as moscas, há outras coisas para fazer e ela nada, nem pensar, era uma autêntica crise. Acabamos, na boa, cada um foi à sua vida.

O agente não conseguiu deixar de sorrir:

-Muito bem Miguel. És Miguel, não és? Agora quase que percebi tudo. Mas diz-me onde estivestes na quinta-feira à noite?

-Onde estou todos os dias à noite. Na cama!
Tenho que me levantar cedo para ir bulir. Só às sextas e sábados é que posso dar um giro com a malta. Nas outras, às dez horas, a velha já não me larga até me ver a dormir.

-Sabes que eu posso confirmar isso?

-À vontadinha! Mas não entendo! Porque é esta coisa toda?

-Vou-te dizer, Miguel, porque já vi que não olhas os jornais! Mas ficas a saber que alguém assassinou a Tatiana.
Foi violada e desfigurada.
Mas eu vou descobrir quem foi, podes crer que vou!


********


Já passava da meia-noite quando, o inspector e o agente, se identificaram aos seguranças do "VIP+". 

Foram chamar um tal Franquelim, era o gerente. Homem de boas maneiras, palavra fácil.

Subiram um piso para o escritório, luxuoso e com muitos monitores que davam uma panorâmica, muito próxima, de tudo o que se passava no salão.

-Podem estar à vontade, todos nós, queremos colaborar no necessário, a rapariga nem teve tempo de conhecer a casa, foi apenas uma noite de trabalho, tenho a certeza que a maioria, das meninas e dos funcionários, nem a chegaram a conhecer.

O inspector ouviu atentamente, sem nunca tirar os olhos dos monitores, depois olhou atentamente o gerente e perguntou:

-Essas coisas, todas, são só para o senhor ver? Ou também gravam?

-Não! Respondeu, não têm gravação, não é permitida. É só para vigiar e tomar medidas se houver algum problema. Esta casa tem um nome a preservar, frequência muito seleccionada e não queremos a mínima queixa.

-Bom, continuou o inspector, queremos falar com o pessoal que estava de serviço. Diga-nos quem eram que nós vamos falar com eles.

-Eu acompanho os senhores! Os que estão são os que estavam. Façam o favor!

****

Pouco ou nada adiantaram, muitas das raparigas nem tinham dado pela nova colega, ou era muito tímida ou resguardou-se demais, os barmans tinham ideia, de servirem algumas bebidas, mas no meio da confusão, também, ficavam perdidos nas memórias e, disseram alguns, não devia ser assim  tão especial para ficar presente nos pensamentos.

Apenas um rapaz do balcão, que agitava freneticamente um shaker com bebidas se lembrava, perfeitamente, dela.

Diz que a viu muito inibida e deslocada, com o cu encostado ao balcão, sem saber bem o que fazer. Foi ele que lhe explicou como devia atacar, se queria continuar e fazer alguma coisa, pois assim não tinha grande futuro!

-E depois? Perguntou o agente. 

-E depois o que? Perguntou o homem do bar.

-O que acontece a seguir?

-Deve ter-se feito à vida, porque quando a voltei a ver estava atracada ao comendador, que vem todas as semanas. Apanha, uma bezana daquelas, e sai arrastado, pelos seguranças, antes que venha a carga fora.
Não voltei a reparar na pequena. Com tanto trabalho acabei, mesmo, por esquecer a rapariga.


Não havia duvidas. A Tatiana esteve no bar, privou com clientes mas ninguém sabe, ou diz que não. Ninguém viu, ou não quis ver, se saiu, quando saiu e com quem.

-Das duas uma, disse o inspector, ou falam todos verdade ou existe, uma espécie, de conspiração do silêncio. O que achas Martins?

-Sabe chefe, acho que a rapariga é mais uma vítima da crise!

-És mesmo um caso perdido! Que tem a crise a ver com estupro e assassinato?
Vamos esperar pelo relatório da autópsia, pelos resultados do ADN do semem do violador ou de algum milagre, que bem falta nos faz!


*******

Receberam, hoje, o resultado da autópsia e o relatório patológico. Extenso, minucioso e com conclusões que deixaram a equipa um pouco perplexa.

A causa da morte, afinal, foi asfixia, houve uma pancada na cabeça mas foi a asfixia que lhe tirou a vida. Todos os indícios levavam a supor que foi no local onde a encontraram, estava posta de parte a hipótese de ter sido levada depois de de cadáver.  O rosto foi desfigurado, após morte, com um objecto metálico, podia ser um tubo.
Não apresentava indícios de álcool ou drogas.
A vítima era seropositiva, tinha anticorpos no sangue, de agente infeccioso, mais propriamente vírus VIH, com a presença do antígeno viral  em nível sérico.

O agente Martins arregalou muito os olhos e perguntou:

-Chefe, quer dizer que a rapariga tinha SIDA, ou foi o violador que lha transmitiu?

-Tinha Marcelo, não foi ele! Tinha e sabia, vê o que disse o ex-namorado "ela não queria até ter a certeza de uma coisa", essa coisa era confirmar se estava infectada. Era isso Martins, era isso!

-Este processo está confuso, parece que andámos muito mas, não saímos do mesmo sítio, não temos suspeitos, nem testemunhas e nem sequer um leve indício que nos leve a uma pista.

-Chefe, disse o agente, ainda vamos conseguir chegar ao criminoso, e vai ter o castigo que merece. Vai ver que vai!

-Mas o criminoso já tem o castigo, respondeu o inspector, e muito grande mesmo. Nós pudemos não o apanhar mas, a doença já o apanhou, da SIDA já não se livra.
São desígnios de Deus!

***********

Já vai um ano decorrido, sobre o bárbaro assassinato da Tatiana, e muitas coisas foram mudando.

O pai, foi internado numa instituição para pessoas com demência, não reconhece ninguém, nem pequenos lapsos de memória.

A investigação não parou, totalmente, devido à teimosia do Inspector Petronilho, mas só por isso, pois os avanços não foram nenhuns.

O esquecimento ia apodrecendo as ideias, só a mãe continuava numa esperança, nem ela sabia bem qual, mas tinha fé que algo acontecesse e, que Deus pudesse castigar o maldito que lhe tirou a filha.

No Domingo ia mandar rezar uma missa, por alma do seu anjinho, já tinha avisado a família, alguns amigos, os vizinhos e, até aqueles senhores da Judiciaria, que tudo têm feito para descobrir.

Nada conseguiram mas têm tentado.


*******

A Igreja estava cheia, quase ninguém tinha faltado, até o senhor policia, Petronilho, estava ao canto, ao fundo da Igreja.

O senhor padre, Gregório, fez um sermão muito bonito, disse coisas lindas e deu a entender que a Tatiana estava, ali, no meio de todos.

Foi triste mas foi muito bonita.

Dona Mercedes só estranhou a falta da Dona Arminda e do filho, o senhor doutor Marcelo. 

Ela mandou avisar mas, se calhar, não disseram nada, ia perguntar à vizinha Jacinta, foi ela que se encarregou do recado:

-Jacinta estranhei a ausência da dona Arminda e do filho, será que te esqueceste?

Jacinta fez um ar muito pesaroso, quase de comiseração antes de responder:

-Então acha  que eu me ia esquecer? Nada disso, mas naquela casa as coisas estão muito mal, eles não contam, mas as pessoas falam, e sabem coisas. Parece que o filho está muito doente, fazem muito segredo mas todos já sabem. Parece que aquele rapaz, tão jeitoso, tem SIDA e está mal.
Veja bem a desgraça que havia de cair naquela gente.
Ai, ai, gente tão fina e depois não têm cuidado!
Só desgraças vizinha!
Só desgraças!





16 comentários:

Unknown disse...

Manelamigo

Eu bem te disse que, no final, descobria-se o assassino! Por acaso a ideia foi minha e se não foi passa a ser a partir deste momento...

Estávamos ambos os dois metidos num saralho do carilho. Porém tu já te desengomaste; pela minha parte suspendi a investigação do crime porque senão lá se iriam os direitos de autor que espero receber do editor. Compreendeste? Creio que (ou antes, tenho a certeza de que sim...)

Abç do alfacinha

Sff lê o capítulo 5 do QUEM SABE SE? Pode ser que gostes...

Janita disse...

"When a Man Loves a Woman"...veio desembrulhar o nó que se formou no meu estômago!

Crimes, violações, estupros, estupores e Cª, fazem parte das notícias do nosso dia-a-dia, Manuel!

Quero ler aqui coisas de encantar!!!

Abraço!

CÉU disse...

Seja bem-vindo, Manuel!

Já o tinha estranhado, tanto aqui, quanto no meu blogue, mas a vida não é só virtual.
Então, a Tatiana tinha contraído Sida com o D. Marcelo, pelo k percebi, Isto de se ter bom aspeto, não quer dizer nada.
Uma longa história, cheia de curvas e contracurvas, mas k valeu a pena ler.

Obrigada pela sua visita e comentário no meu blogue.

A figura, a imagem k escolheu para encimar o seu texto, faz-me lembrar uma porta árabe de um conhecidíssimo restaurante em Marrakech (Marrocos).
Bem, quando um homem ama uma mulher, tem de ser verdadeiro, primeiro k tudo. Bonita música.
Gostou da k eu coloquei no meu blogue? Se calhar, nem deu por ela.

Boa semana. Abraço.

Evanir disse...

Hoje numa visita rápida inesperada estou aqui
nesse dia consagrado aos amigos.
Sei já esta no final do dia ,
mas vou continuar até amanhã .
Um amigo de verdade é para eternidade,
por tanto todo dia é Dia do Amigo Leal.
Venho te deixar um abraço muito especial
mesmo um pouco em falta nos últimos tempos.
Mas logo espero estar retornando .
Hoje é especial.
Um feliz dia do Amigo.
Amizade é tudo mas a palavra amigo tem peso pesado.
Um beijo e uma semana abençoada.
Fica com Deus.
Meu amigo estou um pouco frágil ainda mas é gratificante ver que nossa amizade
não foi planta na areia.

Maria Luisa Adães disse...

Mas o violador não foi encontrado e foi ele que a matou
e não a Sida transmitida pelo doutor.

Ela não teve tempo de morrer de sida...

E o assassino vai continuar a violar e a transmitir a Sida e fazer mais vitimas...por aí fora,
até um dia tardio, morrer de sida, sem nunca ter sido apanhado pela policia.

Quantas matou?

Protesto, contra o acabar da procura desse homem!

O caso não está terminado, mas o texto traduz tão bem a realidade que nos faz pensar...temos de encontrar o assassino.

Ela não morreu de Sida e a sua morte não pode ficar nos "arquivados"...

Manuel, me transmitiste uma verdade tão real, que não aceito a Policia que ficou parada, como se só a Sida contasse...

Correto? Parabéns pela linguagem apresentada que denota bem a ignorância e a maldade, existente num mundo, onde tudo é natural, até a morte!

Beijos e obrigada pela visita no meu blogs!

Maria Luísa Adães

Mirtes Stolze. disse...

Bom dia Manuel.
Eu fico admirada com a sua capacidade de sempre da um final que ninguém espera. Mas uma fez me surpreendeu, confesso que já esperava que ele fosse o assassino, mas não esperava o desenrolar dos fatos. Um lindo dia meu amigo. Abraços.

Manuel disse...

Acordar Sonhando . SOL da Esteva deixou um novo comentário na sua mensagem "Um caso (Conclusão)":

Confesso, Manuel, não fora o questionar, da Tatiana, com a sua mãe sobre

"[...]quem é aquele gajo que mora na vivenda e que tem um carro descapotável?

-Aquele,[...] É o filho da dona Arminda, o doutor Marcelo, um grande filho e um grande homem. Aquilo sim é, um cavalheiro, a sério! Mas porque perguntas?

-Sei lá, respondeu, é giro!

-Pois é, mas não para o teu dente![..]
Eu teria concertado ser este o culpado.
Mas os teus Contos têm "voltas" de quem sabe criar dúvidas e falsas certezas.
É isto um verdadeiro Contista; tu o és.
Parabéns.


Abraços



SOL

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Moderar comentários neste blogue.

Publicada por Acordar Sonhando . SOL da Esteva em navoltadotempo a 21 de julho de 2015 às 19:16

Manuel disse...

Acordar Sonhando . SOL da Esteva deixou um novo comentário na sua mensagem "Um caso (Conclusão)":

Confesso, Manuel, não fora o questionar, da Tatiana, com a sua mãe sobre

"[...]quem é aquele gajo que mora na vivenda e que tem um carro descapotável?

-Aquele,[...] É o filho da dona Arminda, o doutor Marcelo, um grande filho e um grande homem. Aquilo sim é, um cavalheiro, a sério! Mas porque perguntas?

-Sei lá, respondeu, é giro!

-Pois é, mas não para o teu dente![..]
Eu teria concertado ser este o culpado.
Mas os teus Contos têm "voltas" de quem sabe criar dúvidas e falsas certezas.
É isto um verdadeiro Contista; tu o és.
Parabéns.


Abraços



SOL

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Publicada por Acordar Sonhando . SOL da Esteva em navoltadotempo a 21 de julho de 2015 às 19:16.







Acordar Sonhando . SOL da Esteva deixou um novo comentário na sua mensagem "Um caso (Conclusão)":

Confesso, Manuel, não fora o questionar, da Tatiana, com a sua mãe sobre

"[...]quem é aquele gajo que mora na vivenda e que tem um carro descapotável?

-Aquele,[...] É o filho da dona Arminda, o doutor Marcelo, um grande filho e um grande homem. Aquilo sim é, um cavalheiro, a sério! Mas porque perguntas?

-Sei lá, respondeu, é giro!

-Pois é, mas não para o teu dente![..]
Eu teria concertado ser este o culpado.
Mas os teus Conto

Smareis disse...

Então Manuel!
Você me parece um bom investigador policial. Seus contos sempre estão dentro da realidade. Lendo a segunda parte do teu relato fiquei pensando num caso real bem parecido que aconteceu aqui. Um Senhor levava seu cão sempre para um passeio à tardinha, e num desses passeios seu cão farejou algo estranho e ficou latindo muito. Ele foi verificar o que era, e deparou com um cadáver de uma jovem mulher no meio de um matagal que havia perto da rua que ele passava. O Senhor ficou chocado quando soube que era filha de uma família que ele conhecia, e morava do outro lado da cidade. Realidade da vida.
Parabéns por mais um excelente conto e bem finalizado.

Triste fato como muitos casos por ai... São pessoas egoístas que por ter adquirido a doença saem por ai espalhando e fazendo tantas vitimas causando sofrimento. Realidade vivida por tantos infectados por essa doença nesse mundão. O Dr. Marcelo não foi encontrado mais já teve sua sentença. Imagine quantas mais já foram vitima dele.Pobre mulher!
Um abraço Manuel!
Ótima semana!

Unknown disse...

Costumam dizer por aqui:
-O mal é de quem se vai. Quem cá fica sempre se governa.
Gosto desta história.

rosa-branca disse...

Olá amigo Manuel, obrigado pelo seu carinho lá no meu canto. Estive a ler o seu policial e está fantástico. Só mesmo o amigo para escrever e descrever tão bem estas situações.
É assim meu amigo, no melhor pano cai a nódoa. Uma história tão real nos dias que correm.
Adorei.
Beijos com carinho

Unknown disse...

Olá, Manuel.
Outro conto trágico que tende a imitar a vida real. Bem descrito, é verdade.
Pobre Tatiana, condenada ao sofrimento e à morte.
E o tal do Sr. Doutor, que é apenas mais um dos Srs. Doutores espalhados por essa vida.
abç amg

Magia da Inês disse...


Ahhhh!!!
Eu queria mais um capítulo... esse castigo ainda foi pequeno demais!...
Será que ainda dá para enrolar mais essa história e dar ao criminoso um final mais trágico?

Boa semana!!!
Beijinhos.ჱه° ·.
❤˚° ·.

SOL da Esteva disse...

Há sempre um qualquer mistério
Para a gente adivinhar.
É mesmo um desidério
O teu modo de Contar.



Abraços



SOL

Maria Luisa Adães disse...

Conheci um caso...

Ela arranjou um namorado hemofílico
e ele prometeu casar com ela
e dar-lhe uma vida de fausto

Ela acreditou
queria sair de uma vida pura, mas onde o dinheiro faltava.


Era muito bonita e muito nova (27 anos)
ele era hemofílico, daquele tempo em que foram infetados
pelas transfusões (Leonor beleza).

Ninguém sabia, só a mãe dele sabia!

depois, ele se aborreceu dela
arranjou outra com dinheiro
e se casou!

E ninguém sabia de nada
Só a mãe dele sabia!

Mais tarde, não muito mais, a sida se declarou nela
Aí, ela já sabia...

E casou com um rapaz da idade dela, que de nada sabia...


O primeiro morreu
a mulher dele desapareceu com a família

E ela passado um ano também morreu
e o marido com quem se casou
também desapareceu
e não se soube nada dele!

Mas se deduz
que todos eles foram assassinados pela Sida
e pelo egoísmo e o silêncio de todos!


A sida matou
o silêncio ajudou

Mas essa sida, veio de transfusões contaminadas e dadas pelos nossos hospitais

Não é desculpa
da terrível culpa
e do silêncio daquela mãe
o egoísmo daquele filho
e da fatalidade de uma época que matou!

O caso é verídico
e eu conheci dois dos personagens principais.

O que escreveu, me trouxe esta lembrança de amargura!

Assassínio premeditado
Egoísmo e maldade daquele que namorou uma,
casou com outra, sabendo que as matava

E depois ela
que casou com outro
que nada sabia

E acabou por se tornar cúmplice do primeiro

E eu assisti a isto
eu e mais pessoas

Neste caso foi um erro
Do TAL SANGUE CONTAMINADO
que matou muitos mais.

Foi assassínio
foi o destino
ou foi a vida
e o mundo miserável
em que vivemos?

Obrigada por me deixar escrever este caso
que tantas interrogações deixou!...

Com amizade
o meu agradecimento,

Maria Luísa Adães


dilita disse...

Olá Manuel!

Finalmente apareço;- primeiro quero agradecer as suas visitas ao meu Birras, e de seguida apresentar desculpas por só hoje o fazer.
Tenho andado muito aborrecida, desmotivada, sem vontade de trabalhar, e no fim do dia estou frustrada porque não fiz o que tencionava fazer - isto só quer dizer "que ando com o sistema métrico avariado..." - é mania a multiplicar por 4, e com o caruncho á mistura. Deixei atrasar a resposta a quem me escreve, enfim "quem te viu e quem te vê..." Mas vai passar, tem mesmo de passar.
Tenho vindo ver os seus contos, ler uma e outra vez. Também li os comentários e reparei que não tenho igual opinião, acerca de quem foi o assassino da Tatiana. É um conto, e sempre fica algo para descobrirmos - Mas , ajude me no pensamento:-porque razão havia o Dr. de matar a Tatiana? Isto ainda dava outro capitulo, só que o Manuel decidiu ficar por aqui, e está certo.
Votos de boa saúde e..... quero mais prosa.
Abraço.
Dilita