segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Escapadinha...



Aproveitando esta meia pausa que a época proporcionou, aproveitei e
fui matar saudades do meu Alentejo.
Andei embrenhado na região que me viu nascer, visitando lugares que
ainda se mantêm muito vivos na minha memória.
Privei com aquela gente simples e acolhedora.
Ouvi, ao entardecer, os homens que à porta da Sociedade se despedem
do dia com uma canção dolente, que se dilui no anoitecer que,
a pouco e pouco, vai tomando conta da aldeia.

A primeira voz, como lhe chamam, começa num tom cansado:

Ouviiiii mil vezes.... ouviiiii, lá nos campos rufarem tambores.......

Ao que os outros respondem numa cadencia, sincopada:

Da janela me chamam as damas, já lá vou....já lá vou.....meu amor..


O dia esteve de Sol radioso mas a noite adivinha-se fria e, era preciso
aconchegar o estômago.
Tiramos à sorte e ficou decidida uma visita ao Arcada, um típico
restaurante numa vila próxima, em Safara.
Escolha certa.
Começamos com um queijo de Serpa que se deixava derreter na boca.
De seguida vieram espargos silvestres com ovos mexidos.
Simplesmente divinais embora eu, como grande apreciador, possa ser suspeito.
Depois, não podia deixar de ser, veio um magnifico ensopado de borrego.
No ponto. Certo no tempero, na cozedura, na textura da carne.
Para comer e ficar regalado.
Para terminar, como hoje é dia de desculpas, um magnifico doce conventual a que chamam sopa dourada.
Muito boa, numa mistura que não sei descodificar, mas que me deixou deliciado.
Para acompanhar um tinto de Pias que não caiu nada mal.

Depois um passeio a pé, mesmo ao frio da noite, para ajudar a por em ordem a digestão.


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