domingo, 10 de janeiro de 2010
Sabes?
Pobres de pobres são pobrezinhos,
Almas sem lares, aves sem ninhos
(Guerras Junqueiro)
Hoje o dia está tão triste quanto eu.
Olho pelas vidraças e apenas a minha imagem me é devolvida pelo escuro da tarde.
Diáfana e desfocada, quase fantasmagórica, como se a tristeza de um dia triste contagiasse o reflexo que tolda o meu olhar embevecido na magia do negrume, que aos poucos toma conta do dia.
Olho tentado enxergar, entre o reflexo, quem passa apressado.
Vultos embrulhados no frio que enregela.
Corpos fustigados pela chuva irritante.
A noite cai mágica, nostálgica, densa e escura.
Enrosco-me no conforto do meu sofá, enquanto o calor da lareira numa crepitante dança de chamas rosadas, me aquece o ser.
Sinto o conforto no corpo e o desconforto no meu pensamento.
Lembro os desgraçados dos sem abrigos, pobres de Cristo, que a vida escorraçou.
Corpos deitados no chão enregelado de uma vida de pobreza, tristeza e solidão,vultos embrulhados em mantas de sofrimento.
Sinto a amargura dos que sofrem as agruras da miséria, do abandono e da solidão.
Fico triste, porque o vosso Deus, se esqueceu que todos são seus filhos.
Mas não!
Muitos são filhos do outro.
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2 comentários:
Está um dia triste, frio e mto desagradável....
Meu querido Manuel
Hoje há muita nostalgia palas bandas do teu coração.
Gostei do texto.
Beijinhos
Sonhadora
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