1º.
A cara amiga
Rain, do Blogue Escritos de Inverno, ofereceu-me este selo, que agradeço pelo
que representa.
Fico muito
feliz e orgulhoso.
Não vou
seguir as regras que estavam adjacentes a esta oferta, mas tenho liberdade de usar
a velha máxima, de que as regras existem para serem violadas.
Este selo é também
vosso!
Está aqui para ser partilhado com todos.
2º.
A simpática
amiga Leila Rodrigues, do Blogue Palavras, teve a gentileza de escrever e
dedicar-me este belo momento.
Fico muito
feliz e, perdoem-me, um pouco vaidoso com tanto carinho.
Obrigado
Leila!
Deixo para
poder compartilhar com todos.
O relógio
Até que veio me visitar o Manuel. Sim
aquele meu velho amigo de Portugal, escritor dos bons, com quem gosto de tirar
uns dedos de prosa.
Contou-me o Manuel que estava triste
naquele dia, pois procurava respostas para algumas perguntas difíceis de
responder.
Então lhe contei a história abaixo. Fato
verídico meu caro amigo. Acontecido comigo mesmo, este seu amigo de muitos
anos. Contar-lhe-ei apenas para que você não procure mais respostas, pois que
estas chegam por si.
Certa vez, ganhei um relógio. Quando
abri a caixa e vi que o presente era um relógio, fiquei alguns minutos parado,
observando, sem saber o que dizer.
- O relógio é lindo! Uma peça de
colecionador. Obrigado.
Explico a minha reação. Eu nunca usei um
relógio na vida. Ou melhor, usei sim, dois dias quando eu estava no colégio e
comecei a chegar tarde demais para o almoço. A minha mãe me deu o relógio,
aquele até então único que eu havia usado. O objetivo era que eu não me
demorasse mais para o almoço. Mal sabia a minha mãe que eu saia correndo da
escola para encontrar com a Eliza, filha da Diretora da escola que estudava na
escola particular a duas quadras da minha escola... Coisa de adolescente.
Depois teve a fase do banco que tínhamos
hora marcada para chegar, mas nunca para sair. Todo bancário é escravo de
relógio, mas eu me habituei tanto a me guiar pelo movimento dos meus amigos
dentro do banco, que nem assim eu tomei gosto pela peça.
Depois vieram o celular, o relógio no
computador e cada dia mais o relógio de pulso foi se tornando desnecessário.
Pelo menos para mim.
Mas eu acabara de ganhar um relógio da
minha filha que chegou de Londres. Um relógio lindo, uma peça rara. E agora?
Não usá-lo desagradaria e muito a minha
filha; usá-lo desagrada minha doce mania de não gostar de relógio. O que fazer?
Coloquei o relógio no meu criado mudo
para incentivar uma discussão comigo sobre o uso ou não do dito
cujo. Toda noite eu olhava para ele e pensava: Amanhã eu
usarei. O amanhã chegava e nada de eu criar coragem e colocar o relógio no
pulso. O problema é que eu nem sequer tentava. Imaginava que ele seria pesado,
que ia me incomodar, que eu ficaria suado debaixo dele e isto poderia ser muito
desconfortável, enfim, não me faltaram fundamentos para o não uso da peça.
Enquanto eu não me decidia, fui para a
minha janela observar o movimento da cidade, como o faço todas as tardes. Lá
embaixo, um jovem sem os dois braços atravessa a rua. Observei em
silêncio. Em silêncio entrei em casa e ainda em silêncio coloquei o relógio.
Está no meu pulso até hoje e a minha filha ficou feliz que só.
Leila Rodrigues
Para o meu amigo Manuel com todo respeito e admiração
8 comentários:
Grande beijinho com carinho.Faz muito bem saltar as regras. Porque as coisas também se fizeram para serem desfeitas e não levo nada a mal. Abraço amigo e não era preciso agradecer. Foi com muita alegria que lho ofereci. Obrigado, eu!
Querido amigo Manuel,
Mais que merecido o selo da Rain e a história que lhe foi oferecida, lindíssima e comovente. Tem todos os motivos para se sentir envaidecido.
Gostei muito.
Beijo
Parabéns pelo selo merecidamente, e pela homenagem ao seu amigo.
Acredita que eu tbm não gosto de relógio?
Um beijo com carinho!
Caro amigo,
Foi com muito gosto que lhe fiz este texto. Grande abraço
Leila
Lindo e merecido selo e que presentão esse da Leila! Parabéns aos dois. Leila escreve maravilhosamente! abraços,chica
Um texto bonito. Gostei. Afinal nós temos onde usar o relógio...não como um adorno mas como um presente que recebemos ao nascer com perfeição.
O outro presente também fico contente mas sempre recusei estes selinhos.
Simples provas de amizade.
A amizade eu agradeço mas os selos não.
Olá, estimado Manuel!
Prendinhas, quem não gosta?
Um selo sobre incentivo à leitura e um texto muito inteligente de uma amiga e seguidora.
Só quando vemos situações extremas é que percebemos e damos valor às coisas.
Tenha uma noite feliz.
Beijo, com estima.
Meu caro amigo,
O relógio dá sempre jeito. E não só para ver as horas....:)
Parabéns pelo prémio.
Abraço
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